terça-feira, 30 de maio de 2023

Tina, Rita, Lili entre outras.

Embora a amada Rita Lee também tenha partido há poucos dias, confesso que ainda não li a biografia que ela deixou além de tudo o mais, suas canções. Entre tantas reflexões bonitas que surgiram, um texto maravilhoso escrito pela Liliane Prata chamou particularmente minha atenção e eu não poderia deixar de compartilhar o link aqui com quem desejar se deleitar com suas palavras. Mas não é sobre essas mulheres maravilhosas que quero falar. Quero falar da Tina Turner. Apenas dizer o quanto me surpreendeu a ver falar sobre si mesma no documentário “Tina” disponível na HBO. Alerto que isso não é uma resenha, portanto sem spoilers. Você pode assistir e tirar suas próprias impressões. Seja afetado do seu jeito. Tina era uma mulher belíssima, mas achava que não. Talvez pensasse que o sucesso não compensava os aspectos problemáticos da sua vida brilhante. Assim, parecia trabalhar especialmente por si mesma, não por ele. E quando ele vinha, era de todo modo bem-vindo pois o sucesso funciona como uma chancela em profissões como a dela. Na infância sofreu com o abandono dos pais que passavam por dificuldades. Ainda jovem se envolveu com um agressor enfrentando um sofrimento que só cessou quando ela finalmente passou a revidar e, sobretudo, a se desvencilhar dele.  No entanto, as marcas provocadas pela relação abusiva perduram e nem mesmo estar no topo foi o bastante para que elas fossem apagadas completamente. Enfim, ela foi mais que uma mulher notável, extraordinária, como muitas que fazem maravilhas anônimas ou famosas. Acima de tudo ela desejou ser querida e amada, tanto que conseguiu em grande medida e continua sendo até hoje. E aqui é importante não incorrer no risco de confundir esse desejo com o protótipo da mulher boazinha, constatemente disposta a agradar o seu entorno. Que, ok, pode até ter lá suas vantagens e benefícios legítimos. Ao custo de que é que é a pergunta porque todo mundo já sabe que almoço de graça não existe. Mas esse não era o caso de Tina Turner. Uma mulher, sem dúvida, referência. Obrigada por presentear o mundo com sua vida até o fim, Tina.  Ah, e quanto ao documentário, ele foi dirigido por Daniel Lindsay e T.J. Martin. Inicialmente, achei um pouco lento. Mas não me desinteressei, pois não é sobre isso, eu me disse lá do meu lugar comum. É sobre ouvir a história de alguém, que poderia ser qualquer uma.