terça-feira, 19 de julho de 2022

19 de julho

 "Ler é como pensar, como rezar, como conversar com um amigo, como expor suas ideias, como ouvir a dos outros, como ouvir música, como contemplar uma paisagem, como dar um passeio pela praia". 

Fonte: site homoliteratus.com

Ao ler esse trecho famoso do livro 2666 do escritor chileno Roberto Bolaño (1953-2003) me acalmo: enquanto leio, faço muitas outras coisas também. Quantas vezes cativa de minha própria ficção, sinto-me liberta pelo ato da leitura dos livros que me rodeiam e que me abrem as portas e janelas da casa que sou. Sem mais estar encerrada, continuo a viver e vou para outros lugares, me desloco, ando por caminhos ainda não visitados, exploro, rio, choro, surpreendo-me e sinto tédio. Conheço personagens que ficam amigos - ou não, e que ajudam também a viver o mundo fora dos livros, onde, que sorte, temos amigos também. A arte cumpre seu papel. Movimento-me por entre as palavras e faço o espaço que me compreende expandir. Me coloco a praticar a vida possível, nela me reinvento, e assim sou feliz. 

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