Sempre seria alguém que
escrever precisava de
aprender.
Superado esse fato
continuava escrevendo.
*
Sobre a pia a porcelana branca, lavada
o chão da casa, varrido
a roupa suja - posta para lavar
arquejava de dentro da máquina.
tudo pronto:
flores enfeitando a mesa.
se havia preparado
em detalhes
para receber
uma alegria nova.
*
Na manhã modorrenta
ficou recolhida dentro de um poema
e não viu quando o tempo
sem fazer alarde passou.
Sintetizou que foi uma morte necessária,
aquela das horas.
*
Pois que nem tudo morre,
revelou numa crônica de
Hilda Hilst, Descida, a frase.
E o resto do dia ainda estava lá
por graça
entardecia, o céu, a noite, depois seu crepúsculo,
alvorada.
Da janela de brancas cortinas de linho
se via
o horizinte, o vinho, o jantar
a companhia
a criança brincando
o chão da sala de estar
tudo lá
correndo, correndo
a vida
por graça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário