Há dias
que escrever não consigo
vira um tormentozinho silencioso.
A hora que vejo passar
em página branca
lânguida, vazia de mim caçoa.
Então, de quebra, resolvo tomar de empréstimo
um poema de Manoel de Barros
para me defender deles e
tentar desafogar os sentimentos presos
que ficam.
(Desafoguei uma alegria sucumbida.)
.
.
.
"O que não sei fazer desmancho em frases.
Eu fiz o nada aparecer.
(Represente que o homem é um poço escuro.
Aqui de cima não se vê nada.
Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver o nada.)
Perder o nada é um empobrecimento."
BARROS, Manoel de. Livro sobre Nada. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 63
Nenhum comentário:
Postar um comentário