sexta-feira, 27 de maio de 2022

Leitura amiga

Entre Nabokov e Noll, obras que nos últimos dias leio, ouço Zélia Duncan para aliviar o peso dos cânones e a tensão que sinto nas costas, logo abaixo dos ombros. A música ajuda e me reascende uma saudade afogada. noto que sinto falta de ler também "Desassossego", livro de Pessoa, como se sente falta de um amigo. Faço jus a minha falta e num arroubo,  furtiva, o visito em meio a pressa. Encontro nas suas páginas palavras e descanso. Me sinto pronta para prosseguir. Em fé às vezes me movo. Mais tarde vou até o mercado da esquina para comprar os ingredientes da janta e no caminho me distraio com a beleza das flores que estão à venda e se mostram  numa vitrine de floricultura. Mas não sou Mrs Dallowey e está tudo bem mesmo que alguns não me compreendam em momentos como esse. Deixo assim que o possível se projete, por hoje, sem mais. E não deixo de escutar, ao pé do ouvido, a letra da música de Duncan enquanto dou cabo à vida: "ser quem se é / aceitar o que não deu pra ser / receita para não sofrer / não ser perfeito mas ser você". (Continuar lendo). 

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